O sonho do homem em voar

Todo mundo já sabe.

De balão, avião,

asa delta e até espaçonave.

 

Mas o que ninguém ainda percebeu

é o sonho de outro viajante.

Em seu micromundo

um desejo de se lançar distante.

 

Em bicho de pelúcia ele mora

e até no mais fino tapete.

Da limpeza diária se esconde.

É amigo do pó e carpet.

 

Ícaro é o seu nome.

Só mudou a vogal inicial,

Nem mais uma consoante.

O que os da mesma espécie o julgam anormal.

 

Um ácaro já no nome ser diferente,

Se tem desejo de voar,

só pode ser doente!

Da família vai destoar!

 

Mas Ácaro Ícaro insistente

é um eterno sonhador.

Não deu importância

aos falatórios

e tratou de realizar

seu desejo de infância.

 

Procurou pista de decolagem

num velho inalador.

 

Dali era um caminho fácil

em algum nariz se instalar.

 

Num dia frio,

numa casa fechada,

Um nariz ficou resfriado.

Não adiantou nem limonada.

 

Foi direto para o inalador.

 

O nariz sentiu cócegas.

O nariz se rebolou a coçar.

O nariz deu um grande espirro.

Ácaro Ícaro conseguiu voar!